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BD Festivais

Fim de semana infernal

Viva o fim de semana! (Mesmo que ameace ser mais movimentado do que a semana inteira que passou.) Entre a inauguração da exposição do The Lisbon Studio no Museu Bordalo Pinheiro, jantares de aniversário, almoços de família, trabalhar um bocadinho, começar o Inktober e votar, tem de nos sobrar tempo para tudo o que se vai passar no Forum Fantástico, na Biblioteca Orlando Ribeiro, em Telheiras. Bom, tudo, tudo, não vai dar, mas há muita coisa interessante: uma exposição dedicada ao Hanuram, do Ricardo Venâncio (com direito a masterclass no Domingo), conversas e workshops variados, um bar a cargo da Cacaoati (um luxo destes e eu de dieta, bolas!), o regresso das Orelhas de Spock do Nuno Duarte e do Filipe Homem Fonseca, numa sessão especial ao vivo… Ufa!

Além disto tudo, há ainda a apresentação do Apocryphus – Crime, onde estaremos presentes ao lado do Miguel Jorge, o incansável organizador desta antologia, e de alguns dos participantes neste segundo volume: Nuno Amaral Dias, Jacky Filipe, Miguel Montenegro, Filipe Coelho, Sofia Freire, Phermad e Daniel Siva Lopes. Podem saber mais sobre o projecto neste artigo do blog Bandas Desenhadas. (Miguel, obrigada pelas tuas palavras tão simpáticas!)

O Pedro já tinha participado no primeiro volume, com O Destruidor de Azalur. Este ano, por também ter sido convidada pelo Miguel para me juntar ao elenco, decidimos arriscar uma colaboração: Pesadelo de uma noite de Verão é uma história de crime e mistério desenhada pelo Pedro, escrita e pintada por mim.

Pesadelo de uma noite de Verão - páginas centrais

Apocryphus – Crime está à venda a partir de hoje, e ambos os volumes estarão disponíveis no lançamento de sábado, prontos a ser autografados por todos os autores presentes. Apareçam!

– Patrícia

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Nota: Am breve, os dois volumes do Apocryphus estarão também disponíveis para encomendar aqui site, bem como os restantes exemplares da edição limitada em inglês que fizemos para o Thought Bubble – um duplo comic reversível com The Doom of Azalur de um lado e A Mid Summer’s Nightmare do outro. Se quiserem reservar uma cópia, enviem-nos um email para [email protected] .

 

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Festivais

Thought Bubble, aqui vamos nós!

Leeds

Chegámos a Leeds, malas carregadas de livros e prints, baterias a precisar de carregar. Hoje foi dia para absorver a energia da cidade e descansar do stress dos últimos dia. E respirar fundo – o #TBF17 começa amanhã.

Ao contrário de muitas Comic Cons por toda a Europa, o Thought Bubble Festival dedica-se apenas à banda desenhada, e junta, debaixo da mesma tenda, grandes e pequenos nomes dos quadradinhos – artistas, argumentistas, editores. (Bom, debaixo de quatro tendas, na verdade. Mas sem qualquer hierarquia aparente, tudo muito democrático.)

Desde 2014 que este festival tem vindo a despertar algum interesse no contingente português da BD, mas este ano o grupo de autores portugueses com mesa é particularmente elevado, e se juntarmos aqueles que vêm apenas visitar, temos uma verdadeira invasão lusa. As seis mesas de autores nacionais estão bem espalhadas, mas graças a um bocadinho de pedinchice minha na hora de nós candidatarmos, ficámos ao lado do Ricardo Drumond. A companhia da Dora é essencial para aguentar as horas seguidas de feira, especialmente quando o Ricardo e o Pedro nos desamparam a loja para ir para as filas dos autógrafos.

E falando em amigos, o Jorge Coelho e o Ricardo Venâncio podem ter ficado em Lisboa, mas vamos ter na mesa alguns exemplares do Thrills and Spills do Jorge, e, acabadinho de sair, do Hanuram, the Golden, do Venâncio. Quanto ao resto dos presentes, é ler tudo aqui, neste artigo da Broken Frontier.

 

– Patrícia

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Edições Abelardo Festivais

A história do Abelardo

O ano passado, num daqueles dias de Verão perfeitos na praia de S. João, durante uma caminhada à beira-mar, lembrámo-nos do Abelardo. Do gato Abelardo.

Em 2015, tínhamos visitado o Saló Internacional del Còmic de Barcelona, tendo ficado alojados num AirBnb na zona da Gracia. Ficava num prédio antigo, sem elevador, com escadas íngremes e apertadas  – um pesadelo de subir com ou sem malas. Ao chegar ao topo éramos, porém, recompensados com um apartamento simpático e cheio de vida, de paredes repletas de postais e fotografias, estantes carregadas de livros e souvenirs de outros viajantes e, acima de tudo, uma luz maravilhosa. A cozinha, então, era particularmente luminosa e convidava a ficar em volta da mesa, à conversa com o Xavi e a Laura, e ignorar a cidade que estava lá em baixo a chamar por nós.

E depois entrava altivo, por ali a dentro, o verdadeiro dono da casa, o Abelardo. Cor-de-laranja riscado, com pelo comprido e idade avançada, tinha vindo com o Xavi de Buenos Aires para a Europa, e como bom gato que era, autorizava-nos a pernoitar no seu espaço, mas não sem antes invadir o quarto, inspeccionar as bagagens e manter cuidadosa vigilância dos ires-e-vires do corredor.

Abelardo

“Abelardo, que grande nome!”, comentámos naquele dia na praia, ao relembrar o nosso abelhudo senhorio. “Era um nome mesmo bom para… bom, para qualquer coisa.” “Edições Abelardo, que tal?”

Isso. Edições Abelardo. A praia é um sítio mesmo bom para ideias parvas.

Abelardo