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Esta semana #05

E, sem saber como, já é segunda-feira* outra vez. E o que aprendemos esta semana? Aprendemos que não é boa ideia gabarmo-nos publicamente de dormir tão, tão bem, sob pena de automaticamente passarmos uma noite em claro e começarmos a segunda-feira a desejar que ainda fosse sábado. Oh, quem é que eu estou a enganar? Desejo sempre isso, tenha dormido bem ou mal.

Continuamos imersos em a) novidades e projectos super espectaculares que ainda não podemos partilhar; b) trabalho banal e burocrático que não vos interessa para nada. Ainda assim, consegui reunir algumas coisinhas para partilhar, evitando outro post com gatos.

No shit, Sherlock!

O Ricardo Venâncio trouxe-me finalmente o desenho que lhe tinha encomendado há uns tempos, um Sherlock Holmes versão Alan Rickman, para a minha colecção de Sherlocks. (Uma colecção de um. Por enquanto!)

Sherlock Holmes , Ricardo Venâncio

“Então mas o Alan Rickman interpretou o Sherlock Holmes?”, perguntam vocês, sem se conseguirem lembrar desse filme. É uma referência obscura, mas é verdade, porque não foi em filme. Foi no teatro, mas infelizmente não tive o prazer de assistir porque… ainda não era nascida. Foi uma excelente surpresa, porque o Venâncio sabe o quanto eu gostava do actor, que me partiu o coração ao deixar este mundo exactamente no dia dos meus anos, em 2016.

Aproveito aqui para vos convidar a visitar a página do Ricardo Venâncio no BeHance, acabadinha de inaugurar. E desejem-lhe um feliz aniversário, que faz hoje 40 anos (criança!).**

Quanto ao Sherlock, enquanto espero para engordar a minha colecção de originais, deixo aqui o link para os 24 finalistas do concurso de ilustração da The Folio Society e da House of Illustration.

Os livros do Artur

Quando chegar ao mundo, o Artur vai herdar uma boa quantidade de livros infantis, que tenho vindo a coleccionar muito antes de saber que ia ter filhos com quem os partilhar. Here we are, do meu autor favorito, Oliver Jeffers, é o primeiro que compramos especificamente para ele. Foi escrito para apresentar o planeta ao seu primeiro filho Harland, e vai servir de guia ao Artur também. E é uma delícia.

Here we are, Oliver Jeffers

Here we are, Oliver Jeffers Here we are, Oliver Jeffers

Fantastic beasts and where to find them

A descoberta da semana, no meio de um zapping, foi uma pequena reportagem na SIC Notícias que me deixou fascinada: um casal belga trouxe para o Fundão uma raça de porcos proveniente da Hungria, o porco Mangalica. E o que tem este porquinho de especial? Tem muita gordura, gosta de cenouras, é muito resistente ao stress e, acima de tudo, ao frio. Porquê? Porque é peludo, parece uma ovelhinha em forma de porco. É só isto.

Porco Mangalica

Senti-me obrigada a fazer uma ilustração do bichinho, o que levou a atrasar o jantar e cancelar os planos de ir ao cinema. Mas se querem ver com os vossos próprios olhos, podem googlar o Porco Mangalica que não se vão arrepender.

I have a bad feeling about this…

Ontem foi noite de Super Bowl, lá pelas Américas, e como sempre, aproveitaram o intervalo com mais audiências televisivas do ano inteiro para passar trailers dos filmes e séries mais aguardados.

Ficámos assim a saber que o SOLO: A Star Wars Story irá estrear a 25 de Maio, o que fará dele provavelmente o último filme que iremos ver antes do Artur nascer. Ou, se ele for apressadinho, o primeiro que não iremos ver por causa dele. (Acho que pirataria devia ser legalizada para pais de recém nascidos. Só uma ideia…)

Não sei bem o que pensar do actor principal (não pode ser fácil encarnar o Harrison Ford…) mas… Olha o Danny Glover! Olha a Emilia Clarke! Olha a Thandie Newton! Estou em pulgas.

E por falar em Emilia Clarke e Thandie Newton, já que não temos direito a Daenerys este ano, regressa o Westworld, que também entrou nesta moda de nos fazer esperar mais de um ano pela nova temporada. E que também teve direito a Super Bowl Ad.

https://youtu.be/qUmfriZoMw0

Enquanto Abril não chega, sempre nos vamos entretendo com o festival de concept art que é o Altered Carbon. Não vou fazer uma crítica à série porque tenho passado a maior parte dos episódios a dormitar. Os milhares de dólares em efeitos especiais que tenho desperdiçado! Tenho de me resignar à minha condição de grávida sonolenta, mas se fosse tão bom como a Marvelous Mrs. Maisel, talvez conseguisse resistir melhor ao João Pestana.

Curtinhas

  • Inaugura na quinta-feira, dia 9, na Lourinhã, o DinoParque, o maior museu ao ar livre de Portugal. Também reabriu o Museu da Lourinhã, remodelado e com novas colecções, depois de terem transferido os fósseis de dinossauros para o parque. Tínhamos ideia de fazer uma visita, mas numa semana de planos adiados, acabámos por passar a tarde de Domingo a ver as ondas da Praia da Areia Branca.
  • Inaugurou também, no domingo, a nova temporada do CinePop, mesmo aqui ao lado no Fórum Roma. Começaram com Exterminador Implacável, vale a pena dar uma vista de olhos pelo programa.

Boa semana!

– Patrícia

 

*Sim, já é terça. Ontem não consegui acabar o artigo antes de cair para o lado de sono.
**Fazia. Ontem dia 5 de Fevereiro. Também não lhe dei os parabéns. O dia correu mesmo bem.

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Esta semana #02

Quando, em 2017, decidimos fugir ao Carnaval e ir a Londres ver a exposição do David Hockney, aproveitámos para dar uma corrida à sala dos Pré-Rafaelitas na Tate Britain. Tínhamos um jantar combinado para dali a pouco, pelo que foi mesmo em sprint, mas deu para nos lembrarmos do quanto apreciamos este movimento e esta época particular da história da arte — na realidade, tudo me fascina na Inglaterra do séc.XIX, não apenas a arte.

Assim sendo, na ressaca da festa de fim de ano, decidimos que iríamos celebrar o meu aniversário com uma viagem (em vez da previsível festarola), e passámos o primeiro dia de 2018 a planear uma escapadela low-cost a Londres com direito a ver os Pré-rafaelitas sem pressa. Esta semana que passou resumiu-se então a trabalhar, trabalhar, trabalhar e contar os dias para apanhar o avião daqui para fora.

Tate Britain

Aterrámos quinta à noite e sexta de manhã já estávamos à porta da Tate Britain, onde se podem encontrar os maiores tesouros desta altura. Pelo que percebemos pela multidão, a nossa sala preferida desta galeria imensa é também a sala preferida de toda a gente. Ainda assim pudemos apreciar calmamente algumas das obras mais icónicas de Millais, Rossetti, Hunt, Burne-Jones, e os já posteriores, mas igualmente maravilhosos, Waterhouse e Singer Sargent.

Tate Britain

Ainda aproveitámos para revisitar a ala do Turner, mais um artista rebelde, e passar algum tempo na sala das aguarelas e sketchbooks de viagem: tudo fascinante.

Turner Sketchbook

The National Gallery

A segunda paragem na nossa demanda foi na National Gallery, onde estava patente a exposição Reflections. Van Eyck and the Pre-raphaelites sobre a influência que o retrato do Casal Arnolfini (Jan van Eyck, 1434) teve nos Pré-rafaelitas quando foi adquirido e exposto em Londres pela primeira vez. Apesar de alguma pesquisa antes da viagem, não nos tínhamos apercebido desta exposição fabulosa. Foi uma coincidência muito feliz, e acabou por ser a única exposição temporária da viagem.

Victoria and Albert Museum

O último destino da nossa volta aos Pré-rafaelitas era o V&A, onde esperávamos encontrar sketchbooks do Waterhouse e alguns exemplos raros de fotografia Pré-rafaelita. Não os conseguimos descobrir, mas valeu a pena pelos quadros (e alguns esboços preparatórios) de Millais, Rossetti e Burne-Jones, e em particular pela tela Pizarro Seizing the Inca of Peruainda com muito pouco de Pré-rafaelita por ter sido pintada por Millais aos 16 anos.

O V&A vale sempre a pena, de qualquer maneira. É uma espécie de museu de museus, surpreendendo-nos a cada sala com temas diferentes. Ora vitrais e trabalho em prata da idade média, ora cartazes e trajes de produções teatrais e maquetes detalhadas de palcos e cenários. Ora gigantes réplicas em gesso de obras de escultura monumentais, ora detalhadíssimos retratos em miniatura. Ora pintura inglesa, ora quimonos, espadas e armaduras de samurais. Ora escultura clássica, ora aguarelas da Beatrix Potter. Isto para não falar de uma exposição temporária do Winnie the Pooh que já estava esgotada ao fim da manhã de Sábado – e pensar que estávamos lá desde cedo e não nos ocorreu ir logo comprar bilhetes!

Compras

Este seria o parágrafo em que vos falaria da quantidade enorme de livros que trouxemos de lá mas, hélas!, não comprámos nem um. Viajar apenas com mala de cabine tem destas coisas, e para quê carregar com o peso se podemos encomendar online? Por isso, voltámos de Londres com uma wishlist comprida, cuidadosamente recolhida dos livros folheados na Foyles, na Forbidden Planet e na óptima livraria da Tate. (Desculpem-nos, queridas livrarias, se os livros fossem mais leves, tínhamos deixado aí todas as nossas libras…) Em particular na Tate Britain, fiquei enamorada destes livros todos.

Livraria da Tate Britain

O que trouxemos então na mala? Chilli flakes e sal fumado do Borough Market e roupa miniatura, devidamente geek, para o pequeno feijão que andou a calcorrear Londres confortavelmente instalado na minha barriga. Novas prioridades…

Também não comprei o espelho convexo que a National Gallery tinha na loja, porque era pequeno e caro e dificilmente chegaria a Lisboa intacto (e depois, os sete anos de azar!). Mas a exposição deixou-me com uma pequena obsessão por espelhos convexos, e tenciono andar à caça de um nos próximos tempos. Feira da Ladra e antiquários, esperem por mim!

Curtinhas
  • Ok, só uma curta: Saíu no público um artigo sobre “Um tempo que já lá vai”, o livro escrito pela Rosário Alçada Araújo e ilustrado por mim (clicar para ler).
    Num Tempo Que Já Lá Vai

 

Obrigada por todas as mensagens de aniversário que foram chegando por FaceBook, WhatsApp, sms e telefone. Estou muito contente por já não ter 40 anos. Chamem-me maluca.

Foi um dia passado em trânsito. hoje já é uma segunda-feira normal e temos pela frente uma semana cheia de trabalho e reuniões. Novidades em breve!

Janela do Avião

Boa semana!

– Patrícia