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Festivais

Thought Bubble, aqui vamos nós!

Leeds

Chegámos a Leeds, malas carregadas de livros e prints, baterias a precisar de carregar. Hoje foi dia para absorver a energia da cidade e descansar do stress dos últimos dia. E respirar fundo – o #TBF17 começa amanhã.

Ao contrário de muitas Comic Cons por toda a Europa, o Thought Bubble Festival dedica-se apenas à banda desenhada, e junta, debaixo da mesma tenda, grandes e pequenos nomes dos quadradinhos – artistas, argumentistas, editores. (Bom, debaixo de quatro tendas, na verdade. Mas sem qualquer hierarquia aparente, tudo muito democrático.)

Desde 2014 que este festival tem vindo a despertar algum interesse no contingente português da BD, mas este ano o grupo de autores portugueses com mesa é particularmente elevado, e se juntarmos aqueles que vêm apenas visitar, temos uma verdadeira invasão lusa. As seis mesas de autores nacionais estão bem espalhadas, mas graças a um bocadinho de pedinchice minha na hora de nós candidatarmos, ficámos ao lado do Ricardo Drumond. A companhia da Dora é essencial para aguentar as horas seguidas de feira, especialmente quando o Ricardo e o Pedro nos desamparam a loja para ir para as filas dos autógrafos.

E falando em amigos, o Jorge Coelho e o Ricardo Venâncio podem ter ficado em Lisboa, mas vamos ter na mesa alguns exemplares do Thrills and Spills do Jorge, e, acabadinho de sair, do Hanuram, the Golden, do Venâncio. Quanto ao resto dos presentes, é ler tudo aqui, neste artigo da Broken Frontier.

 

– Patrícia

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Edições Abelardo Festivais

A história do Abelardo

O ano passado, num daqueles dias de Verão perfeitos na praia de S. João, durante uma caminhada à beira-mar, lembrámo-nos do Abelardo. Do gato Abelardo.

Em 2015, tínhamos visitado o Saló Internacional del Còmic de Barcelona, tendo ficado alojados num AirBnb na zona da Gracia. Ficava num prédio antigo, sem elevador, com escadas íngremes e apertadas  – um pesadelo de subir com ou sem malas. Ao chegar ao topo éramos, porém, recompensados com um apartamento simpático e cheio de vida, de paredes repletas de postais e fotografias, estantes carregadas de livros e souvenirs de outros viajantes e, acima de tudo, uma luz maravilhosa. A cozinha, então, era particularmente luminosa e convidava a ficar em volta da mesa, à conversa com o Xavi e a Laura, e ignorar a cidade que estava lá em baixo a chamar por nós.

E depois entrava altivo, por ali a dentro, o verdadeiro dono da casa, o Abelardo. Cor-de-laranja riscado, com pelo comprido e idade avançada, tinha vindo com o Xavi de Buenos Aires para a Europa, e como bom gato que era, autorizava-nos a pernoitar no seu espaço, mas não sem antes invadir o quarto, inspeccionar as bagagens e manter cuidadosa vigilância dos ires-e-vires do corredor.

Abelardo

“Abelardo, que grande nome!”, comentámos naquele dia na praia, ao relembrar o nosso abelhudo senhorio. “Era um nome mesmo bom para… bom, para qualquer coisa.” “Edições Abelardo, que tal?”

Isso. Edições Abelardo. A praia é um sítio mesmo bom para ideias parvas.

Abelardo