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Pedro Potier

A BrandyWine School e a tradição da ilustração americana

Para falarmos da Brandywine School, temos de primeiro falar de Howard PyleNo final do séc. XIX, Howard Pyle era um bem sucedido ilustrador e pintor, e também autor de vários livros e artigos em diversos periódicos. Publicou seu primeiro romance, Otto of the Silver Hand, em 1888.  O romance clássico The Merry Adventures of Robin Hood, entre outros, ainda continua em circulação. Muitas das suas obras, incluindo um conjunto de quatro volumes sobre o rei Arthur, baseavam-se em temáticas europeias medievais. Ilustrou histórias de aventuras e temas históricos para revistas como a Harper’s Magazine e a St. Nicholas Magazine. Também ficou conhecido pelas suas ilustrações de piratas e pode-se até dizer que é responsável pelo estereótipo moderno do aspecto de pirata. O seu romance Men of Iron foi adaptado ao cinema com o título The Black Shield of Falworth (1954).

A escola

Em 1890, Pyle decidiu dedicar-se ao ensino.

Como o advento de melhores técnicas de impressão, surgia uma necessidade de treinar artistas capazes de responder aos desafios colocados pelas publicações periódicas, agora com reproduções de maior qualidade. Howard Pyle começou por dar formação na Drexel University, mas eventualmente quis afastar-se do constrangimento da educação formal da época e começou a dar aulas de verão na escola Turner Mills em Chadds Ford, junto ao rio Brandywine. Eventualmente, abriu a sua própria escola nessa zona, The Howard Pyle School of Illustration, e os seus alunos começaram a ser conhecidos como os ilustradores da escola de Brandywine.

Pyle criou esta escola com vários intuitos. A ideia era que os seus alunos se tornassem artistas bem sucedidos, quer em termos profissionais, quer financeiros. Além disto, esperava desenvolver um estilo de pintura intrinsecamente americano, baseado nas vivências das pessoas, na história e nas paisagens do país.

O sucesso do seu método pode ser avaliado pela longevidade do seu legado, perpetuado não só pelos inúmeros trabalhos do próprio Pyle, como pelos dos seus discípulos. Durante os seus anos na Brandywine School, muitos foram os alunos que estudaram com ele, alguns dos quais vieram a ter carreiras tão ou mais influentes que as do mentor.

Artistas como N.C.Wyeth, Frank E. Schoonover, Harvey Dunn, Clifford Ashley, Ethel Franklin Betts, Stanley M. Arthurs, Elizabeth Shippen Green, Violet Oakley e Jessie Willcox Smith, formaram a primeira vaga significativa de ilustradores comerciais norte americanos e o seu trabalho definiu o rumo e a inspiração das gerações seguintes.

O legado

Howard Pyle continuou a gerir a escola até 1910 e depois da sua morte, em 1911, os seus alunos continuaram a sua tradição, tendo Stanley M.  comprado a escola e mantido a sua actividade até 1950.

Além de desenvolverem carreiras bem sucedidas, vários alunos formaram também estúdios em nome próprio, onde deram seguimento aos conceitos e métodos criados por Howard Pyle. N.C.Wyeth e Frank E. Schoonover, por exemplo, criaram pequenos estúdios, mas no entanto destacaram-se especialmente pelo seu trabalho, que merece um estudo individual e mais detalhado. Foi sobretudo com Harvey Dunn, nas várias escolas que formou e onde leccionou, que o legado de Howard Pyle foi continuado.

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